sexta-feira, 10 de julho de 2009

INAUGURAÇÃO

Alberto João Jardim disse ontem que está errado o povo estar impedido de manifestar-se sobre matérias constitucionais. O presidente do Governo Regional referia-se ao facto de os madeirenses não poderem ir a referendo dizer se querem ou não mais Autonomia Política para a Região. E garante que «se há quem tenha medo da expressão da vontade do povo, esse não é democrata. Eu não tenho medo da vontade do povo, porque foi graças à vontade do povo que eu soube o que estava a fazer».

Para Jardim, é errado os cidadãos não se pronunciarem sobre matérias constitucionais«Não tenho medo da vontade do povo». Afinal, «o povo não é assim tão soberano como dizem». «O povo começa por estar impedido de se manifestar sobre a sua lei principal e é isso que está errado em Portugal e é a causa de muitos problemas». E estes problemas são, para o presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, o facto de os madeirenses não se poderem manifestar em referendo se querem ou não mais Autonomia Política para a Região.

Ontem, na inauguração do alargamento do troço do Caminho dos Tornos ao Caminho dos Marcos, na freguesia do Monte, no Funchal, o líder do executivo madeirense voltou a falar sobre Autonomia e explicou que a própria Constituição Portuguesa impede que as matérias constitucionais sejam sujeitas a referendo. Por isso, «quando a gente quer perguntar alguma coisa ao povo, tem de ser em eleições, em que é dado ao povo o direito de se pronunciar».

Jardim esclareceu que gosta de explicar estes assuntos publicamente para que a população tenha a noção que a «nossa democracia não está ainda naquele topo que qualquer país civilizado gosta de ter a sua democracia e quando, por exemplo, se pergunta ao povo se quer mais ou menos Autonomia, não conheço nenhum povo que não queira mais liberdade e mais competências para si próprio. É uma forma de terminar uma anormalidade da democracia portuguesa», referindo-se à possibilidade de um referendo sobre a Autonomia madeirense.

É que, como garantiu, «se há quem tenha medo da expressão da vontade do povo, esse não é democrata. Eu não tenho medo da vontade do povo, porque foi graças à vontade do povo que eu soube o que estava a fazer», rematou o responsável pelo executivo madeirense.Dirigindo-se a uma plateia composta na sua maioria por moradores da freguesia do Monte, que não arredavam pé apesar da chuva miudinha, Jardim afirmou que o povo tem de saber o que as entidades governamentais andam a fazer com o seu dinheiro. «Eu gostava que estas obras fossem mostradas ao povo, mas nós vivemos um clima de certa censura (dizem mal do fascismo e com razão), mas há hábitos fascistas que continuam».

No entender de Jardim, «o povo tem o direito de ser informado das obras que vão sendo feitas, por estão aqui os impostos do povo. Isto não é uma oferta do presidente do Governo ou da Câmara, é o dinheiro do povo que está aqui e o povo gosta de saber o que é que está a ser feito».

Por isso, voltou a afirmar que a comunicação social, principalmente a televisão madeirense, «não deveria fazer censura a estas coisas, pelo contrário, deveria mostrar o que se está fazendo, não é por mim, porque eu já levo muitos anos de política e não preciso de favores da televisão, é pelo povo que necessita de ser informado». Neste sentido, diz que o que se está a passar é «inadmissível» com as obras a surgirem na televisão em poucos segundos e «é dado mais tempo a indivíduos que vão para debaixo de uma pimpeneleira dizer asneiras».

No seu discurso, Jardim aproveitou ainda a oportunidade para felicitar o presidente da autarquia do Funchal, Miguel Albuquerque, bem como o presidente da Junta de Freguesia da Monte, José António Rodrigues, pelo trabalho que têm desenvolvido em prol do município e freguesia.

Mas o agradecimento principal foi para o povo, porque em democracia os governos, as autarquias e as juntas de freguesias são «mandatários do povo, se não fosse esse apoio, as coisas não andavam para a frente», disse Jardim.

«Ninguém me aponta o dedo por promessas que não cumpri»

Depois de a comitiva ter saído do Caminho dos Tornos de autocarro da empresa Horários do Funchal que agora vai servir a população até ao Caminho dos Marcos, o presidente da Câmara Municipal do Funchal mostrava-se muito satisfeito pela conclusão do alargamento daquela via. «Estou numa situação privilegiada para qualquer político ou presidente de câmara que é a circunstância de estar aqui de cara levantada perante todos vós, porque a mim ninguém me aponta o dedo a dizer que não cumpri as promessas que tinha para convosco. Esta promessa está cumprida», disse.

E aquele candidato ao último mandato na autarquia ainda esclareceu mais, afirmou, perante o líder do executivo madeirense e os munícipes, que «esta era uma obra justa e necessária, onde o dinheiro público foi bem aplicado, uma vez que se trata de um direito fundamental aos cidadãos que é o direito à boa acessibilidade às suas casas».

Na oportunidade, ainda elogiou o trabalho do presidente da Junta de Freguesia do Monte, que também será candidato nas próximas eleições autárquicas, e que «dedicou tudo o que tinha à sua freguesia e é um prazer trabalhar com pessoas sem complexos de estar frente ao povo e que não andam emproados e que só pedem votos e conversam com as pessoas para ir para o poleiro».

A Obra: O alargamento entre o Caminho dos Tornos, o Caminho dos Saltos e o Caminho dos Marcos ficou ontem concluído com a inauguração ontem do troço entre o Caminho dos Tornos e o dos Marcos. Para a conclusão deste alargamento faltava apenas o troço intermédio com uma extensão de 620 metros, o que permite uma ligação viária de grande importância para a mobilidade de um vasto aglomerado residencial e a que se poderá associar a implementação de uma nova carreira de transporte colectivo. Com uma largura de 6,50 metros, a nova estrada dispõe de novas redes de água potável, esgotos, infra-estruturas eléctricas e pavimentação asfáltica. Foi construída uma ponte sobre o ribeiro e melhorada a rede de adução de água da antiga Estação de Tratamento dos Tornos. Este é um investimento da Câmara Municipal do Funchal que ascendeu a 718 mil euros.

In Jornal da Madeira, 8 de Julho de 2009




2 comentários:

Anónimo disse...

Tanta gente!

Anónimo disse...

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